Wilson Charles, especialista imobiliário da Soltec Engenharia, explica quais são as principais perspectivas e tendências do mercado imobiliário de alto padrão para 2023
O mercado imobiliário de alto padrão está entre os mais promissores do Brasil para 2023. Prova disso, 62% dos empresários do setor esperam que este ano seja melhor do que o anterior, segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
Foto: DINO / DINO
De modo geral, a venda de imóveis novos cresceu 11,9% no país entre janeiro e outubro de 2022, em relação a igual período do ano precedente, ainda segundo dados da entidade obtidos com 18 empresas associadas, em parceria com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ao todo, 133.891 unidades foram vendidas no período analisado, número que corresponde à melhor melhor performance do segmento para os dez primeiros meses de cada ano desde o início da série histórica, em 2014.
O segmento de MAP (Médio e Alto Padrão) registrou o crescimento mais expressivo de vendas e corresponde por 29,8% de todos os imóveis vendidos no país, conforme publicado pela Forbes. Até outubro do último ano, foram vendidas 38.943 unidades, um crescimento de 81% na comparação anual.
Na visão de Wilson Charles, especialista imobiliário da Soltec Engenharia, as perspectivas são positivas para o mercado imobiliário de alto padrão para 2023.
“Este será um ano de aquecimento do mercado imobiliário, especialmente por conta do momento em que vivemos, com um novo governo, uma nova política econômica e todas as repercussões que isso traz”, afirma. “Tudo isso cria a necessidade natural de investimentos em ativos mais seguros e conservadores, como o imóvel”, articula
Segundo Charles, quando se trata do mercado de Brasília (DF), as perspectivas são ainda mais promissoras por conta da quantidade de pessoas que chegam à capital do país para compor o novo governo: “Essa movimentação dinamiza o mercado imobiliário e cria novas oportunidades para todo o segmento”.
Para o especialista imobiliário da Soltec Engenharia, outra tendência que atrai a atenção do mercado imobiliário de Brasília é a busca por imóveis inteligentes e sustentáveis. A título de exemplo, ele cita um empreendimento imobiliário localizado no bairro Noroeste que foi projetado para atender “às modernas normas de sustentabilidade e desempenho tecnológico”.
“O Noroeste hoje vive um momento importante no que diz respeito à procura entre os brasilienses. A qualidade de vida que o bairro proporciona o torna uma oportunidade não somente para o consumidor final (moradores), como também para os investidores e para as construtoras da região que procuram desenvolver empreendimentos de ponta”, afirma.
Câmara dos Deputados analisa redução no IPTU para incentivar sustentabilidade
A tendência apontada por Charles [móveis inteligentes e sustentáveis] está em sintonia com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 13/2019, mais conhecida como “PEC do IPTU Verde”. O texto foi aprovado pelo Senado em dezembro de 2022, quando seguiu para votação na Câmara dos Deputados.
Projeto de autoria do senador Plínio Valério (PSDB-AM), a PEC propõe reduzir a taxação do contribuinte que adota ações ambientalmente sustentáveis em seu imóvel. A proposta permite aos municípios reduzir o valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para incentivar a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.
Segundo a relatora da matéria, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a PEC 13/2019 tem natureza extrafiscal e visa “estabelecer critérios ambientais para a redução da alíquota do IPTU, de modo a incentivar os proprietários-contribuintes de imóvel urbano a adotar comportamentos ecologicamente compatíveis com a sustentabilidade”, conforme divulgado pela Agência Senado.
O Distrito Federal e os municípios de Salvador (BA), Vila Velha (ES), São Carlos (SP), Araraquara (SP), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR) já adotam medidas similares.